terça-feira, 22 de novembro de 2011

Defesa pelo diploma de jornalista

Sou jornalista formada há 7 anos. Não concordo com a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que decidiu em 2009, por 8 votos a 1, que o diploma de jornalismo não é obrigatório para exercer a profissão.

Fiz 4 anos de faculdade e estágio para  entrar preparada para o mercado de trabalho. Não posso reclamar das oportunidades que tive, graças a essa bagagem.

O estágio não é obrigatório – um dos pontos que poderiam ser trabalhados ao invés de suspender o diploma –, mas isso não me impediu de investir na minha carreira. Afinal quem faz a faculdade é o aluno. Sabia da importância da prática na área, então estagiei em jornal, rádio, assessoria e televisão com o vídeo documentário para concluir o curso. Foi uma das melhores decisões que fiz na vida.

As contradições na profissão

A não exigência do diploma não fará diminuir os problemas que as pessoas despreparadas para a profissão causam a sociedade. Sim, porque uma palavra redigida erroneamente ou um ato feito por não conhecer a teoria ou ética da área pode sim ferir a conduta de uma pessoa, senão levá-la a morte.

A opinião de um dos relatores sobre os cursos de jornalismo é contraditória. Como pode dizer que os cursos não serão prejudicados, pois a formação em jornalismo é importante para o preparo técnico dos profissionais se votou a favor da suspensão do diploma? Viu a contradição? Ou diz que o diploma não é importante ou confessa logo que é.

Acredito que em qualquer profissão existam os profissionais despreparados e as universidades que só pensam no dinheiro e não na formação dos alunos, mas penalizar todos é uma das maiores injustiças que já vi.

Sabe quem prepara as pessoas que não são formadas? O jornalista que suou a camisa 4 anos na faculdade para se preparar para o mercado de trabalho que não o valoriza; ou aquele jornalista - de cabelos brancos diga-se de passagem - da redação que se formou pela faculdade da vida, simplesmente por não existir na época uma instituição para encaminhá-lo na área.

Pense nisso

O mundo mudou. As informações estão cada vez mais rápidas e deixá-las nas mãos de uma pessoa despreparada é no mínimo perigoso, pois se com faculdade os erros existem, imagina sem?

Em uma instituição responsável o aluno não só vê a teoria como a prática nas oficinas feitas dentro das próprias universidades e através das experiências de vida dos professores qualificados.

Eu não posso reclamar. Tive excelentes professores e ouso – sabendo que vou esquecer de um nome importante - citar aqui alguns deles: Bianca Gonçalves de Freitas, Eliane Freire, Ademir Pereira Jr., Bete Rabelo, Marco Bonito, Fafate Costa, dentre tantos outros que agradeço a Deus por ter recebido a orientação de cada um deles.

Somos humanos e estamos a mercê dos próprios erros, mas preparados podemos ser profissionais melhores, ainda mais responsáveis e éticos com embasamentos que nos ajudarão a vida toda. Ao menos comigo é assim.

Não vou penalizar quem está na área sem o diploma ou quem concorda com a sua suspensão. Aprendi a respeitar a opinião de todos.

O errado nesta história toda é o governo que com preguiça de trabalhar para buscar uma solução sensata para a educação, resolveu nas coxas o problema suspendendo o diploma. Hoje é o jornalismo e amanhã?

Ninguém negará a experiência de um auxiliar de enfermagem em um hospital ou um pedreiro numa obra. Mas você negaria a presença de um médico em sua cirurgia ou a assinatura de um engenheiro civil na construção da sua casa?

Pense nisso.

Agora é aguardar a PEC do Diploma proposta pelo senador Inácio Arruda (PCdoB-CE). Espero mais sensatez dos nossos governantes desta vez.

Nenhum comentário:

 
;